No mestrado tive a oportunidade de conviver com dois colegas moçambicanos - Helena que deixou sua filhinha de 1 ano e meio com o pai em Moçambique e veio concluir seus estudos aqui no em Florianópolis, tudo isso para que possa dar a ela um futuro melhor que o dela.o
O outro colega foi Manecas, no auge de sua juventude, podendo viver aqui uma vida confortável mesmo sendo estudante; cheio de sonhos que espera realizar quando voltar a seu país.
O sonho dos dois é trabalhar para o governo porque isso dará prestígio e garantia de uma vida mais confortável pois existe poucos empregos no país.
O que mais me impressiona nesta mulher é a clareza com que ela observa sua pátria e seu continente.
No início da entrevista com Tonico ele pergunta:
- Qual o momento mais importante de sua vida?
E ela, com voz macia e português moçambicano responde:
- "Estou vivendo muitas vidas numa só e é difícil definir qual o momento mais importante.
No final da entrevista com o Tonico Ferreira na Globo News, que foi ao ar 04/01/11, quando é questionada sobre o futuro da Africa ela diz algo assim:
-Precisamos ver a Africa com olhos atentos para podermos observar o movimento que está acontecendo no velho continente...O movimento atual pode ter iniciado no ocidente e ter se encaminhado para a Ásia mas mas os acontecimentos iniciaram na "Mãe Africa"e o mundo estando em "a rodar"o caminho, em uma ou duas décadas, certamente voltará à Africa, e ressalta:
- "Não estarei lá, mas tenho preparado minha instituiçõe para isso,e ela será herdada por minha neta".
Essa visão de futuro, sem prazo, me emocionou profundamente e me fez crer que sempre é tempo de buscarmos nossas verdades e lutarmos por elas, pois sempre haverá alguém no futuro para dar continuidade ou usufruir .
Nada se inicia ou termina em nós...
Revista Época - Juliano Machado.O outro colega foi Manecas, no auge de sua juventude, podendo viver aqui uma vida confortável mesmo sendo estudante; cheio de sonhos que espera realizar quando voltar a seu país.
O sonho dos dois é trabalhar para o governo porque isso dará prestígio e garantia de uma vida mais confortável pois existe poucos empregos no país.
O que mais me impressiona nesta mulher é a clareza com que ela observa sua pátria e seu continente.
No início da entrevista com Tonico ele pergunta:
- Qual o momento mais importante de sua vida?
E ela, com voz macia e português moçambicano responde:
- "Estou vivendo muitas vidas numa só e é difícil definir qual o momento mais importante.
No final da entrevista com o Tonico Ferreira na Globo News, que foi ao ar 04/01/11, quando é questionada sobre o futuro da Africa ela diz algo assim:
-Precisamos ver a Africa com olhos atentos para podermos observar o movimento que está acontecendo no velho continente...O movimento atual pode ter iniciado no ocidente e ter se encaminhado para a Ásia mas mas os acontecimentos iniciaram na "Mãe Africa"e o mundo estando em "a rodar"o caminho, em uma ou duas décadas, certamente voltará à Africa, e ressalta:
- "Não estarei lá, mas tenho preparado minha instituiçõe para isso,e ela será herdada por minha neta".
Essa visão de futuro, sem prazo, me emocionou profundamente e me fez crer que sempre é tempo de buscarmos nossas verdades e lutarmos por elas, pois sempre haverá alguém no futuro para dar continuidade ou usufruir .
Nada se inicia ou termina em nós...
Graça Simbine Machel nasceu em Incadine, Moçambique. Aos 65 anos, tem sete filhos e 12 netos. Já viúva do ex-presidente moçambicano Samora Machel, casou-se em 1998 com Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul. Vive em Johannesburgo
O QUE FEZ
Formou-se em filologia da língua alemã pela Universidade de Lisboa. Depois, lutou pela independência de Moçambique. Foi ministra da Educação e Cultura de 1975 a 1989. Em 1994, criou a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade, ONG com diversos projetos sociais em Moçambique. Ganhou vários prêmios de direitos humanos, como a Medalha Nansen, da ONU, pela defesa de crianças refugiadas
ÉPOCA – A senhora foi militante da Frente de Libertação de Moçambique, que se assumia marxista-leninista. Qual é sua convicção política hoje?
Graça – Seria útil retirarmos os rótulos. Nos princípios do marxismo, havia o entendimento de pôr as pessoas e seu trabalho como um fator fundamental de transformação da sociedade. Nisso eu continuo acreditando. O resto... não é verdade. Hoje a linguagem mudou. Não se fala mais em operários, mas dos trabalhadores. Temos ainda um grande grupo que se convencionou chamar de “pobres”. Tenho uma grande dificuldade de aceitar isso. As pessoas que podem estar materialmente desprovidas de alguns meios são pessoas com recursos intelectuais, emocionais. Têm capacidade de desafiar a vida e continuam a se desenvolver. Os rótulos complicam muito. Em muitos valores, os ‘pobres” são muitíssimos mais ricos que os outros. Devíamos ter mais cuidado com os rótulosGlobo News Milênio - Tonico Ferreira
A moçambicana Graça Machel é uma das ativistas pelos direitos das mulheres e das crianças mais respeitadas e importantes do mundo. Ela veio ao Brasil e visitou o Centro Ruth Cardoso, onde conversou com o repórter Tonico Ferreira.
Através da Fundação para o Desenvolvimento Comunitário, Graça mantém atividades voltadas para a prevenção de doenças infantis, apoio a ex-crianças-soldado, projetos de valorização da mulher e de combate a doenças sexualmente transmissíveis e à Aids.
Atualmente casada com Nelson Mandela - ex-presidente da África do Sul e um ícone na luta contra o apartheid - Graça também foi casada com outra das personalidades mais importantes do continente africano: Samora Machel, primeiro presidente de Moçambique e cuja morte, em 1985 em um acidente aéreo, continua sem esclarecimento até hoje. Mesmo tendo ao seu lado dois homens fortes, Graça não ficou ofuscada por nenhum deles.
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